Seu nome

Prefiro não trocar o nome dela. Não quero deslembrar esses guardados. A professora de desenho foi a mulher mais bela, e pisamos mesmo chão. Os colegas diziam, Desenhar faixas decorativas é coisa de maricas, enquanto meu caderno era o mais caprichado da sala. Não liguei degastar meu dinheiro em bons lápis de cores. Pesquisei iluminuras em livros antigos, e apareci um dia com a curva francesa, minha perdição. Ai, esperar o dia da aula, a professora arcada na minha carteira, minha cabeça roçando o corpo dela, seu perfume na vertigem das explicações. Furava-me os olhos com aqueles seios, ela. Sentava na primeira fila, eu. Cruzava e descruzava aquelas pernas, ela! Inventei coisas para ser recebido em sua casa, às três da tarde, no calorão que me fazia em pleno junho...